
O título pode parecer estranho, mas tem um fundamento filológico. Alguns acreditam que o nome “Brasil” não vem de “pau-brasil”, mas de uma terra utópica, uma ilha imaginária situada na costa da Irlanda. Segundo Capistrano de Abreu, Adolfo Varnhagen, entre outros, os portugueses teriam associado a terra à sua frente com esse ponto geográfico, que costumava ser representado em mapas medievais.
Mais uma vez, “a vida copia a arte”, e o que era fruto da imaginação dos europeus do medievo vem a ser associado com a ideia de ‘paraíso’ que andava à voga no período renascentista. Mas, nem por isso o Brasil passou a existir, pois a terra utópica, que tinha tudo para ser um paraíso sobre a terra, foi conspurcada por uma relação colonial mesquinha.
Desde a independência, o sentido da identidade nacional vem sendo buscado. Com a Semana de Arte Moderna de 1922 houve um rechaço de padrões europeus e a busca de uma nova concepção de vida. O período pós-Segunda Grande Guerra foi exemplar no campo político, com a concretização do sentido utópico do país em torno da criação de Brasília sob o comando de JK . A Tropicália deu sequência a essa posição distinta, no campo artítico, já num período em que arte e política se opunham.
Acho que esse é o aspecto identitário principal deste “país do futuro”, cujos nativos “não desistem nunca”. Em outras sociedades multiculturais, como a Suíça e os EUA, há sempre um modelo de coletividade: no primeiro caso, há um aspecto de neutralidade e paz em meio de potências que já foram responsáveis por duas Grandes Guerras; no segundo, a um sonho prático e mensurável, calcado nos princípios do liberalismo econômico.
O Brasil depende de uma construção diária, é o país da reinvenção e da criatividade. Façamos parte disso, da melhor forma possível…!
Para saber mais:
Eu sempre nunca desisto!!! 🙂
Aí está um bravo brasileiro… avante!